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10 maio, 2016

Caminhão autônomo: 5 grandes impactos da tecnologia

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Potencial disruptivo da novidade deve afetar vários segmentos

GIOVANNA RIATO, AB

Future Truck 2025 é o conceito autônomo da Mercedes-Benz
Muito se fala sobre a chegada do carroautônomo, mas há boas chances de a tecnologia capaz de fazer um veículo rodar sem tanta interferência do motorista tenha impacto maior entre os caminhões. O potencial de disrupção da novidade é grande. Os veículos comerciais autoguiados vão mudar as relações de trabalho no setor de transportes, reduzir drasticamente o custo dos fretes e elevar de forma notável a eficiência das entregas. Dessa maneira, a tecnologia tende a impactar toda a economia.

Com a concorrência entre as montadoras, a tecnologia do caminhão autônomo parece estar bem próxima de chegar ao mercado, a Mercedes-Benz já prometeu produzir modelos em massa com a tecnologia até o fim da década. Antes de chegar ao mundo real, no entanto, as fabricantes precisão driblar barreiras legais, alterando marcos regulatórios que determinam que um veículo só pode rodar sob o comando de um motorista. No Brasil, há ainda o desafio de melhorar as estradas, que devem ter sinalização clara para que o sistema destes veículos consiga identificar. 

Quando estes desafios forem superados, o caminhão autônomo deve trazer inovação em várias frentes. Conheça cinco delas: 

1 – MAIS EFICIÊNCIA E SEGURANÇA
A Mercedes-Benz calcula redução de pelo menos 5% no consumo de combustível no transporte de carga com os veículos autônomos. Com a tecnologia, o caminhão deixa de estar sujeito à pressa ou aos hábitos de condução de um motorista e passa a rodar no nível ótimo de consumo e de emissões. No aspecto da segurança, mais uma vez a ausência da ação humana é benéfica, sem a possibilidade de colisão causada por erro ou distração do condutor. No Brasil, acidentes envolvendo caminhões causam mais de 10 mortes por dia. 

2 - DESEMPREGO DE MOTORISTAS
Um impacto negativo da tecnologia de condução autônoma deve ser a redução expressiva do número de motoristas. Especialistas indicam que o impacto seria semelhante ao da mecanização da agricultura, com a perda de empregos em nome da produtividade. Ainda que inicialmente o efeito seja negativo, é preciso lembrar que a profissão tem baixa atratividade para os jovens. Outra questão é que os motoristas de caminhão costumam desenvolver uma série de problemas de saúde por causa das exigências da função, que os fazem levar uma vida desregrada, com sono irregular, sedentarismo e má alimentação. 

3 – FIM DOS SERVIÇOS NAS RODOVIAS
O impacto do fim da profissão de motorista de caminhão como ela é hoje vai se alastrar para os serviços voltados a este público, como restaurantes, hotéis e paradas de descanso à beira da estrada. Até mesmo os postos de gasolina serão afetados. Totalmente conectado, os veículos terão as paradas para abastecimento já programadas em pontos estratégicos. A meta é evitar interrupções durante a viagem. 

4 - REDUÇÃO DO TEMPO DE ENTREGA
Sem a necessidade de descanso para o motorista, a estimativa é que o caminhão possa rodar por quase todas as 24 horas do dia. A Mercedes-Benz aponta que hoje um terço do tempo em que o veículo está na estrada ele passa parado, em situações como na fila de espera para receber a carga, por exemplo. O caminhão autônomo poderá acessar informações em tempo real e adaptar a sua programação, definindo momentos menos concorridos para abastecer, por exemplo. 

5 – FRETE E PRODUTOS COM CUSTOS MENORES
Tanta eficiência certamente vai refletir no custo do frete, que tende a cair drasticamente. O impacto desta redução pode chegar aos produtos, que ficariam mais acessíveis. Na visão de alguns especialistas, o movimento extrapola os benefícios econômicos e traria um ganho de bem-estar humano.

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