Já está ficando quase tradicional a reunião de toda a cúpula da
Anfavea com a presidente
Dilma Rousseff em momentos de queda pronunciada nas vendas de veículos. Após quase um ano desde o último encontro, em 17 de abril de 2014, o presidente da entidade representante das montadoras no Brasil, Luiz Moan, alguns de seus vice-presidentes e presidentes das fabricantes associadas, voltaram a se reunir em grande número com a presidente da República e alguns de seus ministros. Na tarde de quarta-feira, 1º, foram apresentados à Dilma em reunião no Palácio do Planalto dados sobre a conjuntura do setor, a fim de debater com o governo as dificuldades da indústria, em meio a um cenário de forte contração. A data coincidiu com a divulgação do desempenho das vendas do setor pela Fenabrave, que reúne as concessionárias, apontando retração de 17% no primeiro trimestre contra igual período do ano passado (leia
aqui).
Durante a reunião, o governo decidiu criar um grupo de trabalho interministerial para debater com as montadoras incentivos ao setor automotivo e contribuições ao Plano Nacional de Exportações, com o objetivo de estimular os investimentos, a competitividade e ampliar os embarques do setor. O governo também sinalizou que, dentro de 30 dias, responderá à pauta dos fabricantes de veículos, indicando o que pode ser resolvido imediatamente e o que será encaminhado a médio e longo prazos.
Após a reunião, realizada em Brasília, cuja pauta também tratou de temas como emprego, layoff (suspensão de contratos de trabalho) e a apresentação dos dados do setor, Moan afirmou em entrevista coletiva que “o caminho correto da indústria é buscar ganhos de competitividade”, aproveitando principalmente a alta do dólar, que favorece as exportações”.
Para Moan, o esforço do governo brasileiro para renovar o acordo automotivo com países como o México foi um “alento” para que o setor possa expandir suas vendas, com melhores condições de competitividade. A Anfavea também pretende participar das negociações para a prorrogação do acordo com a Argentina, que vence em 30 de junho.
Ainda segundo o presidente da Anfavea, as montadoras apoiam o ajuste fiscal promovido pelo governo. “Compreendo e torço para que toda a estrutura do ajuste seja aprovada para que o setor possa retomar, o mais rápido possível, seu nível de atividade econômica.”
Segundo o ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, que também participou da reunião entre Dilma e a Anfavea, o grupo poderá estudar a integração de cadeias produtivas, removendo barreiras às exportações, em especial para países da América Latina. “Descuidamos um pouco das exportações no nosso entorno, porque o mercado brasileiro cresceu muito. Precisamos agora dar mais foco para exportações.”
Também participaram da reunião o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Segundo Mercadante, o grupo, que também terá representantes dos ministérios da Fazenda, das Cidades e das Relações Exteriores, deve discutir temas como as melhorias que podem ser feitas para agilizar a burocracia de transferência de veículos e a revisão de exigências de acessórios em automóveis, que, segundo ele, não é aplicada por outros países.
Reunião entre a presidente Dilma Rousseff e Luiz Moan, ministros e vice-presidentes da Anfavea
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